15 - A CRISE DO SISTEMA COLONIAL NO BRASIL
01. A ocorrência das Conjurações, no Brasil, no final do século XVIII, é explicada:
a) pela adoção, pela elite brasileira, das “infames ideias francesas”, que criticavam a dominação colonial portuguesa.
b) pela conjugação dos interesses autonomistas dos colonos, desde a Insurreição Pernambucana, com os novos objetivos da política colonial portuguesa, expressados no Despotismo Esclarecido do governo de D. José I.
c) tanto pela diversificação relativa sofrida pela sociedade colonial no decorrer do século XVIII, quanto pela crescente penetração ideológica e econômica das principais potências europeias, no processo conhecido como “internacionalização do Brasil”.
d) pela transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, que imprimiu um ritmo distinto ao nosso processo de emancipação no conjunto da independência da América Latina.
02. Entre os movimentos revolucionários ocorridos no Brasil no século XVIII, destacaram-se a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Estabelecendo um paralelo entre ambos, podemos afirmar que
a) A Inconfidência Mineira foi articulada junto à elite econômica, enquanto a Conjuração Baiana teve conotações acentuadamente populares.
b) A Conjuração Baiana tinha um cunho aristocrático, e a Inconfidência Mineira, uma conotação nitidamente popular.
c) Tanto a Inconfidência Mineira como a Conjuração Baiana foram movimentos com características aristocráticas.
d) Tanto a Inconfidência Mineira como a Conjuração Baiana foram movimentos com características populares.
03. “O mercado ficou inteiramente abarrotado, tão grande e inesperado foi o fluxo de manufaturas inglesas no Rio, logo seguida à chegada do Príncipe Regente, que os aluguéis das casas para armazená-las elevaram-se vertiginosamente.” (John Mawe).
Com base no texto, ASSINALE a opção que melhor caracteriza a evolução da economia brasileira com a vinda da família real.
a) A atuação de uma burguesia lusa dinâmica, investindo no setor industrial.
b) Abertura dos Portos e os Tratados de Comércio subsequentes impulsionaram o desenvolvimento econômico.
c) D. João adotou uma política econômica visando especificamente ao desenvolvimento industrial.
d) O comércio colonial estava vinculado à América Espanhola.
04. “As verdadeiras colônias de um povo comerciante são os povos independentes de todas as partes do mundo.” (SAY, Jean Baptiste. - Tratado de Economia. 1803). Coerente com essa afirmação do início do século XIX e com as resistências aos monopólios metropolitanos, esboçadas em inúmeras revoltas durante o Período Colonial brasileiro, podemos concluir que no decorrer do processo de emancipação política do Brasil
a) os comerciantes portugueses podiam, já no início do século, abrir mão da Colônia em terras americanas, visto que haviam consolidado sua primazia em terras orientais.
b) a reorientação das práticas econômicas europeias, com a preponderância da Inglaterra manufatureira, influiu decisivamente nas relações mantidas entre o Velho e o Novo Continente.
c) os interesses ligados à industrialização portuguesa, levada a termo pelo Marquês de Pombal, exigiam da Metrópole a liberação de suas obrigações para com o Brasil.
d) os contrabandos e os atos de pirataria cometidos por navios ingleses, franceses, holandeses e de outras nacionalidades ao longo da costa brasileira atestavam a extrema liberalidade que presidia a política colonial portuguesa.
05. O Movimento Liberal do Porto, em 1820, além de obter o estabelecimento da Monarquia Constitucional em Portugal, refletiu-se no Brasil da seguinte forma:
a) Os membros da Corte, apoiados em grande parte pelos fazendeiros, apoiavam totalmente o movimento que exigia o regresso do Monarca.
b) As camadas médias urbanas reagiram exigindo a permanência da Corte, que favorecera o grupo, ampliando o quadro de funcionários públicos.
c) A presença de D. João VI no Brasil era vista pelos fazendeiros como uma garantia contra possíveis radicalizações populares na luta pela independência.
d) Os fazendeiros, em geral, assim como os burocratas e uma parte da Corte, apoiavam a permanência da Corte no Brasil e a situação de Reino Unido.
06. No quadro da transferência da família real portuguesa para o Brasil, a conclusão dos Tratados de Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação com o governo britânico, em 1810, significou
a) a extensão natural e imediata das vantagens alcançadas pelo governo inglês por ocasião da Carta Régia de 1808, que abria os portos brasileiros ao comércio internacional.
b) a substituição de fato do monopólio dos comerciantes reinóis pelo dos comerciantes britânicos, como decorrência não só das vantagens obtidas, mas também da preponderância britânica em âmbito mundial.
c) a possibilidade de o governo britânico estender seus interesses comerciais sobre o conjunto dos novos países sul-americanos, a partir da base de operações montada no porto do Rio de Janeiro.
d) a extinção imediata do tráfico negreiro intercontinental para o Brasil, anunciando a extinção do próprio trabalho escravo.
07. A especificidade do processo de emancipação política do Brasil, no quadro latino-americano, é dada pela
a) situação marginal de Portugal em relação ao avanço do capitalismo europeu, colocando-o na contingência de defender, em pleno século XIX, o sistema colonial tradicional.
b) avidez da Inglaterra em alargar as fronteiras de seus mercados consumidores, apresentando ao Brasil simpatia e apoio político ao movimento de independência.
e) montagem de um sistema de monopólio e privilégios que regulava as relações entre colônias e metrópole, condenando à crise quando da preponderância do capital industrial sobre o comercial.
d) contradição da política metropolitana, que retomou, em 1820, pressionada pela burguesia mercantil, os princípios do colonialismo tradicional em relação ao Brasil.
e) tradição da Colônia Brasileira, que remontava em fins do século XVIII, da veiculação dos princípios básicos do pensamento ilustrado entre a elite intelectual.
08. Confrontando-se a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana, ocorridas durante o período colonial brasileiro, pode-se afirmar que:
a) a Conjuração Baiana apoiou-se em bases populares e teve implicações mais sociais do que políticas, devido à participação dos alfaiates no conflito.
b) a Conjuração Mineira apresentou um caráter mais popular e nacional devido aos interesses gerados pela diversificação social da região mineradora.
c) ambas ocorreram em áreas de economias dominantes vitais para a Metrópole, acarretando forte repressão aos movimentos.
d) a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana foram idealizadas, respectivamente, por uma elite intelectual enriquecida e por um grupo de ricos comerciantes.
e) ambas apresentam em seu ideário pontos idênticos devido à situação colonial comum à área mineradora e ao nordeste brasileiro.
09. A respeito da Inconfidência Mineira, é válido concluir que:
a) constitui-se numa conspiração que não chegou à fase da revolta armada;
b) visava, entre outras medidas, ao estabelecimento de um governo monárquico independente, criação de indústrias e supressão da escravatura;
c) participaram do movimento, principalmente, elementos dos segmentos médios e baixos da população;
d) chegou à fase de revolta armada envolvendo pessoas de diferentes segmentos sociais, em torno da figura de Tiradentes;
e) foi um movimento revolucionário genuinamente autóctone.
10. A situação política e econômica responsável pelo aparecimento da Inconfidência Mineira pode ser descrita como:
a) enfraquecimento do fisco, que, diante da crise na mineração, abrandara a cobrança de impostos;
b) apogeu do ciclo do ouro, enriquecimento da sociedade mineira e rejeição das elites às ideias francesas;
c) fase de declínio da mineração, crescimento da opressão metropolitana e influência das ideias iluministas;
d) movimento liderado pelas elites empobrecidas, extremamente organizado militarmente e voltado para a solução dos problemas das camadas pobres da população;
e) revolta das camadas populares oprimidas, sem influências filosóficas externas.
11. A chamada abertura dos portos, por D. João (1808), teve amplas consequências, pois na prática significou:
a) aumento sensível das exportações, com restauração da balança de pagamento.
b) o estabelecimento de maiores laços comerciais com Lisboa, conforme o plano de Lord Strangford.
c) a manutenção da política econômica mercantilista, segundo defendia José da Silva Lisboa.
d) o rompimento do pacto colonial, iniciando um novo processo, que culmina com a independência.
e) a intensificação do processo de independência econômica do Brasil, em fase da liberdade industrial.
12. A atuação da Inglaterra no processo de emancipação política do Brasil tinha por objetivo:
a) dividir com os portugueses os lucros de comércio de escravos.
b) anular os termos estabelecidos pelo Tratado de Methuen.
c) garantir a manutenção dos interesses comerciais ingleses no país.
d) organizar uma república parlamentar constituída de províncias autônomas.
e) implantar no Brasil núcleos coloniais de população inglesa.
13. A 24 de agosto de 1820 eclodiu a Revolução do Porto por causa:
a) da concorrência com os produtos manufaturados espanhóis.
b) do episódio conhecido como “Dia do Fico”.
c) da dominação espanhola sobre Portugal.
d) da Proclamação da Independência por D. Pedro I.
e) do descontentamento dos portugueses com a política de D. João VI.
14. A elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves está intimamente ligada:
a) ao liberalismo de D. João, desejoso de agradar aos brasileiros.
b) aos conselhos do embaixador inglês, Lorde Strangford.
c) à reação contra as pressões da burguesia lusa;
d) à necessidade de legitimar a representação portuguesa do Congresso de Viena.
e) ao Visconde de Cairu, homem de formação liberal.
15. “Portugal havia sacudido o jugo do poder absoluto e ia promulgar uma constituição liberal. A Revolução que acaba de ocorrer no seio da mãe-pátria despertou na maioria dos brasileiros enorme entusiasmo, e por alguns momentos eles compartilharam com os portugueses de um sentimento de estreita fraternidade. “(Augusto de Saint-Hilaire. Viagem à Província de São Paulo (1816-1822)
A Revolução do Porto, a que se refere o documento acima, pôs fim ao Absolutismo da Dinastia de Bragança, ainda quando a Família Real Portuguesa se encontrava no Brasil, mas o entusiasmo dos brasileiros durou pouco tempo porque:
a) o movimento revolucionário obstaculizou o nosso processo de Independência Política, neutralizando a ação dos liberais, sob a liderança de José Bonifácio.
b) o Governo Joanino, obrigado a aceitar as imposições dos revolucionários portugueses, destituiu o Brasil da condição de Reino Unido ao de Portugal e Algarves, ainda em 1820.
c) o representante brasileiro junto ao Governo Provisório, instaurado pelos revolucionários, foi impedido de dar continuidade às medidas liberalizantes que os brasileiros apoiavam.
d) D. Pedro, futuro Príncipe-Regente, aderiu aos revolucionários portugueses em troca do direito de substituir o pai, assim que ele regressasse para Portugal.
e) os revolucionários, em relação ao Brasil, defendiam a recolonização e o retorno imediato de D. João VI, acompanhado de seus principais funcionários.
16. Na História Brasileira, a independência de 1822 não significou alteração qualitativa no sistema social porque:
a) a organização do trabalho persistiu baseada no braço escravo.
b) as relações comerciais com a Inglaterra permitiram a substituição de importações.
c) a exploração dos escravos não foi reconhecida como crime contra a pessoa.
d) o rompimento com a metrópole permitiu legislação favorável à distribuição de terras.
e) apesar do rompimento com Portugal, não foi proibida a vinda de imigrantes.
17. A independência do Brasil, proclamada em 1822, deve ser entendida como:
a) o afastamento do controle que a Inglaterra exercia sobre a nossa economia, através de uma aproximação do Brasil com os países latino-americanos.
b) um evento a nível político, que não rompeu o processo histórico brasileiro.
c) uma transferência da hegemonia econômica da Grã-Bretanha para os Estados Unidos.
d) um movimento popular liderado por D. Pedro que alterou profundamente nossa realidade socioeconômica.
e) uma independência política e econômica, com reconhecimento imediato dos países europeus, inclusive Portugal.
18. Assinale a afirmativa que deve ser considerada correta a respeito do processo de independência brasileiro.
a) após o 7 de setembro de 1822, o Brasil pode ser visto como país independente, política e economicamente, tendo sido reconhecido como tal imediatamente pelos países europeus, inclusive Portugal.
b) A independência do Brasil ocorreu no dia 7 de setembro de 1822, devendo-se principalmente ao caráter generoso e à atuação exclusiva do príncipe D. Pedro, condecorado justamente com o título de Defensor Perpétuo do Brasil.
c) a independência brasileira foi resultado das pressões exercidas sobre o governo português pelas independências das colônias espanholas que estavam se libertando naquela época.
d) como em alguns países latino-americanos, a independência brasileira foi fruto de um considerável movimento popular, o que contribuiu para que boa parcela da população tivesse condições de influir na formação do Estado brasileiro.
e) as rebeliões nativistas no final do século XVIII, o episódio da Abertura dos Portos em 1808, conferindo liberdade de comércio ao Brasil, a Revolução do Porto de 1820 em Portugal, exigindo a volta de D. João VI a Portugal e ameaçando o Brasil com a recolonização podem ser considerados momentos importantes do processo de independência brasileira, liderado pela camada proprietária de terras.
19. A Inglaterra atuou a favor do Brasil para a obtenção do reconhecimento de sua independência, mas exigiu a extinção:
a) dos contratos comerciais com os países da Santa Aliança.
b) do tráfico negreiro.
c) da escravatura.
d) do Pacto Colonial.
e) do acordo comercial de 1810.
20. Para o reconhecimento de sua independência política por parte das Nações europeias, o Brasil teve que enfrentar dificuldades várias.
O reconhecimento foi obtido com o apoio:
a) da Espanha, devido a suas rivalidades políticas com a Coroa Portuguesa.
b) da Austrália, pelas relações familiares com a Família Imperial do Brasil.
c) dos Estados Unidos, em razão da Doutrina Monroe.
d) da Inglaterra, devido a seu interesse no mercado brasileiro.
e) da França, baseando-se na política da Santa Aliança.
21. “Período de transição que, de fato, prepara a emancipação política e assegura a emancipação econômica do Brasil”. O trecho acima refere-se ao período em que
a) a Corte Portuguesa se instala no Brasil, após a decretação do bloqueio napoleônico.
b) a classe agrária juntamente com os militares derrubam o governo monárquico de D. Pedro II.
c) o sistema regencial se efetiva com a instalação da elite brasileira no poder, com a abdicação de D. Pedro I.
d) Getúlio Vargas, à frente de um movimento revolucionário, assume o poder em 1930.
e) D. Pedro permanece como Príncipe Regente, após o rompimento da Revolução Liberal do Porto.
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A caricatura anterior nos faz refletir sobre os atos dos governantes e a correspondente falta de participação popular que tem marcado a História do Brasil. No contexto da independência do Brasil, podemos citar como exemplo de exclusão de participação política nos moldes liberais a:
a) adesão aos ideais da Confederação do Equador e o voto de cabresto;
b) criação do Poder Moderador e o voto universal;
c) dissolução da Assembleia Constituinte de 1823 e o voto aberto;
d) manutenção da escravidão e o voto censitário;
e) manutenção do autoritarismo e o voto distrital.
