ATIVIDADE 04

INSTRUÇÕES

IMPRIMIR ESTAS QUESTÕES E RESPONDÊ-LAS PARA ENTREGAR

1.


"...algumas escravas procuram de propósito aborto, só para que não cheguem os filhos de suas entranhas a padecer o que elas padecem".  (André João Antonil, CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL, 1711)

Relacione outras formas de resistência do escravo africano, além do mencionado no texto.

2.


"O engenho de açúcar era uma verdadeira empresa capitalista, mas era ao mesmo tempo uma comunidade patriarcal que, para suas necessidades mais vitais, vivia em regime de economia fechada." (MAURO, Frédéric. HISTÓRIA DO BRASIL. São Paulo, DIFEL, 1974.)

A lavoura canavieira desempenhou papel fundamental na economia do Brasil colonial, exercendo forte influência nas condições de vida e na organização social. Quais os componentes que caracterizam a sociedade colonial brasileira durante o predomínio da economia canavieira?

3. A pecuária, além de contribuir para a interiorização da colonização, complementava as atividades econômicas açucareira do litoral nordestino e a aurífera das Minas Gerais. Indique o fator natural que contribuiu para a multiplicação do rebanho bovino no extremo sul da Colônia e esclareça a razão de seu relacionamento com as Minas Gerais.

4.


"Algumas escravas procuram de propósito abortar, só para que não cheguem os filhos de suas entranhas a padecer o que elas padecem." (André João Antonil, CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL, 1711)

Com base no texto,
a) discorra sobre as condições de vida dos escravos nos engenhos açucareiros;
b) explique a expansão do regime escravista colonial como decorrência lógica da política mercantilista.

5. Leia o texto e responda.


Considerando o período do Brasil colonial, é possível constatar que "... agricultura tropical tem por objetivo único a produção de certos gêneros de grande valor comercial e, por isso, altamente lucrativos." (Caio Prado Jr, HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL).

a) Qual o nome do gênero agrícola que se enquadra melhor nas informações do texto?
b) lndique os três elementos básicos da empresa agrícola colonial.

6. Trabalhando nas ruas das cidades brasileiras, no século XIX, os escravos de ganho conheciam uma vida diferente daqueles que trabalham na zona rural.
a) O que eram escravos de ganho e que atividades desempenhavam nas cidades?
b) Quais as diferenças, nas relações senhor/escravo, entre o escravo de ganho e o escravo das fazendas?

7. "Tinham a responsabilidade de administrar as vilas e representavam os interesses dos proprietários de terra e de escravos. Eram compostas pelos homens bons." O texto se refere às(ao):
a) Assembléias Gerais
b) Câmaras municipais
c) Ouvidorias
d) Provedorias
e) Conselho das Índias
8. Após o insucesso econômico das Capitanias Hereditárias, já que apenas duas capitanias prosperaram, a Coroa Portuguesa instituiu, em 1548, um novo sistema político, que influenciou profundamente a história político-administrativa do Brasil Colonial, tornando-se a primeira tentativa de centralização do poder. Esse novo sistema político trata-se...
a) da República.
b) do Reino Unido de Portugal e Algarves.
c) da Monarquia Constitucional.
d) da Regência Trina Permanente.
e) do Governo Geral.
9. A morte de Dom Henrique, no início do ano de 1580, provocou uma crise de sucessão no trono português, abrindo o caminho para sua conquista pelo soberano espanhol, Felipe II. A união entre os dois reinos ibéricos durou sessenta anos e, para o Brasil, esse período foi marcado pelo (pela):
a) conquista do norte da colônia, em busca do domínio do estuário do rio da Prata, com a fundação da Colônia do Sacramento.
b) adoção da escravização indígena e início da exploração do ouro em Minas Gerais.
c) a expansão da economia mineradora e expulsão dos jesuítas.
d) abertura dos portos às nações amigas e início da industrialização.
e) a expansão da ocupação interna do território e incremento das entradas e bandeiras.
10. Leia o texto.


Meu Senhor, nós queremos paz e não queremos guerra. Se meu Senhor também quiser a nossa paz, há de ser nesta conformidade, se quiser estar pelo que nós quisermos, a saber:
Em cada semana nos há de dar os dias de sexta-feira e de sábado para trabalharmos para nós, não tirando um destes dias por causa de dia Santo.
Para podermos viver, nos há de dar rede, tarrafas e canoas.
Não nos há de obrigar a fazer camboas (*), nem a mariscar e, quando quiser fazer camboas e mariscar, mande os seus pretos Minas. [...]
Os atuais feitores não os queremos. Faça eleição de outros, com a nossa aprovação. [...]
Poderemos plantar nosso arroz onde quisermos e em qualquer brejo, sem que para isso peçamos licença. E poderemos, cada um, tirar jacarandás ou qualquer pau sem darmos parte para isso.
A estar por todos os artigos acima e conceder-nos estar sempre de posse da ferramenta, estamos prontos para o servirmos com dantes, porque não queremos seguir os maus costumes dos mais engenhos.
Poderemos brincar, folgar e cantar em todos os tempos que quisermos, sem que nos impeça e nem seja preciso licença.
Tratado proposto a Manoel da Silva Ferreira pelos seus escravos durante o tempo em que se conservaram levantados [Engenho Santana, termo da Vila de Ilhéus, BA, 1789]. Apud GORENDER, Jacob. Questionamentos sobre a teoria do escravismo colonial. In: A escravidão reabilitada. São Paulo: Ática, 1990, p. 235-236.
(*) Lago artificial à beira-mar, onde em maré cheia entra peixe miúdo.

O texto representa um acordo escrito por escravos rebeldes no interior da Bahia ao seu senhor. Sobre escravidão na América Portuguesa e a resistência escrava, a afirmativa incoerente com a interpretação da fonte é
A) Percebe-se uma forte presença das ideias de protocampesinato e o forte preconceito dos revoltosos contra aqueles escravos que caíram na marginalidade.
B)  O texto retrata uma revolta escrava que não tem a pretensão de uma violência gratuita contra o senhor, os seus familiares e os empregados assalariados.
C) Quando o texto afirma "[...] quando quiser fazer camboas e mariscar, mande os seus pretos Minas", temos um retrato da divisão dentro do grupo de escravos.
D) Pelo texto, percebemos que toda a pauta de reivindicações é desmedida, porque os escravos fizeram uma lista longa de pedidos dissociados de suas necessidades imediatas.
11.


"Costumam alguns senhores dar aos escravos um dia em cada semana para plantarem para si, mandando algumas vezes com eles o feitor para que não se descuidem. E isto serve para que não padeçam fome, nem cerquem cada dia a casa de seu senhor pedindo-lhes a ração de farinha. Porém não lhes dar farinha nem dia para a plantarem, e querer que sirvam de sol a sol no partido, de dia e de noite com pouco descanso no engenho, como se admitirá no Tribunal de Deus sem castigo?" Antonil. "Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas". 1711.

A partir da citação acima e de seus conhecimentos sobre a sociedade colonial da América Portuguesa, examine as afirmativas a seguir.
I - Na sociedade colonial, o prestígio social residia em ser senhor de terras e de homens, e a possibilidade de riqueza vinha da atividade comercial.
II - Os senhores de engenho permitiam que alguns de seus escravos possuíssem uma lavoura de subsistência, inclusive com direito à venda de excedentes.
III - Apesar da violência que marcava o cotidiano dos engenhos, os escravos conseguiram, em certa medida, criar e recriar laços culturais próprios, vários deles herdados de suas raízes africanas.
IV - Diante do risco de punições pelos senhores - surras, aprisionamento com correntes de ferro, aumento do trabalho, etc. - as tentativas de fugas escravas diminuíram ao longo do período colonial.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas I, II e III estão  corretas.
d) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
12.


"Em 1590, a colônia brasileira já contava com 150 engenhos espalhados pelas capitanias de Pernambuco, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. As duas primeiras, no entanto, correspondiam a 80% do total". (Fonte: LOPEZ, Adriana. "Açúcar: esse doce objeto de desejo". Revista História Viva: Temas Brasileiros. São Paulo: Duetto Editorial, 2007, pp.20-23.)

Dentre os incentivos fiscais e privilégios oferecidos pela Coroa aos produtores de cana, podemos, corretamente, citar:
a) Isenção de impostos para engenhos recém construídos e benefícios tributários sobre o açúcar.
b) Isenção de impostos vitalícios, ou seja, enquanto o proprietário fosse vivo não pagaria nenhum tipo de imposto.
c) Redução de pagamento de taxas na importação de mão de obra africana apenas para as capitanias do Nordeste, em virtude de sua alta produtividade.
d) Mão de obra para os engenhos recémconstruídos e situados em Manaus e Belém, providenciada, gratuitamente, pela Coroa Portuguesa.
13. Sobre o Brasil colonial, é correto afirmar que:
a) a integração social, política, econômica e cultural era plena.
b) o nacionalismo era o que motivava os rebelados, colocando-se acima dos interesses locais e regionais.
c) a fidelidade dos colonos aos prepostos da metrópole era inconteste, não obstante alguns malentendidos.
d) as chamadas rebeliões nativistas comprovavam o sólido sentimento de brasilidade então prevalecente.
e) a consciência regional é tão ou mais forte que a nacional, a construção desta se devendo especialmente aos anseios de centralização do 2¡. reinado.
14. Quando da chegada dos europeus, em 1500, e durante as três primeiras décadas do domínio português sobre o Brasil, as relações com os nativos indígenas foram relativamente estáveis e amistosas, o que permitiu a constituição do chamado "escambo vegetal", através do qual, em troca de produtos tais como espelhos, aguardente e miçangas, os índios colaboravam com os europeus na exploração do pau-brasil. A substituição desse trabalho indígena pelo do escravo africano, na economia colonial, a partir do século XVII, decorreu:
a) Do fato de serem os índios preguiçosos e naturalmente indispostos para o trabalho, o que diminuía a produtividade e, por conseqüência, depreciava os lucros coloniais.
b) Da indisposição dos ingleses com o trabalho escravo indígena. Em razão de sua formação marcadamente cristã, os ingleses horrorizavam-se com a escravização dos índios.
c) Da docilidade dos africanos, que se adaptavam facilmente ao cativeiro e ao trabalho nos engenhos, diferentemente dos índios que, estimulados pelos jesuítas, protagonizavam constantes fugas.
d) De uma reação coordenada dos senhores de engenho, que se sentiam prejudicados com a baixa produtividade do trabalho indígena.
e) De vários aspectos conjugados, entre os quais se ressalta o caráter mercantil da exploração colonial, a diminuição do número de índios e a reação da Igreja Católica à escravização destes.
15. Algumas décadas depois da chegada de Cabral à América, os portugueses viram-se na necessidade de efetivar a ocupação das suas descobertas territoriais. Sobre o processo de colonização implementado pelos lusitanos na América, podemos afirmar que:
a) Foi viabilizado pela descoberta de ouro e diamantes no interior, particularmente, em terras hoje pertencentes aos Estados de Minas Gerais e Goiás.
b) Teve, no cultivo da cana para a fabricação de açúcar a ser comercializado no mercado europeu e na utilização do trabalho escravo, fatores centrais.
c) Teve, na exploração do pau-brasil, na utilização da mão-de-obra africana e na criação de um sistema colonial centrado na vida urbana, elementos vitais para o sucesso inicial do empreendimento colonial.
d) Teve, na Coroa Espanhola e nos mercadores da Nova Lusitânia, parceiros vitais para o êxito do empreendimento.
e) Só foi efetivamente viabilizado com a unificação da Península Ibérica em 1580.
16. Era função do governo-geral, no contexto do Brasil-Colônia, EXCETO:
a) fundar vilas e povoados.
b) iniciar a catequese.
c) garantir para a Coroa o monopólio do pau-brasil.
d) iniciar a cultura da cana-de-açúcar no litoral nordestino.
17. A implantação pela Coroa Portuguesa do Governo Geral em sua maior colônia, em 1548, representou, EXCETO:
a) a redução dos poderes da elite agrária brasileira com a extinção das Câmaras Municipais
b) a tentativa da Coroa Portuguesa de centralizar o poder na colônia brasileira
c) o início efetivo da cristianização dos índios brasileiros
d) a organização mais sistemática do aparelho administrativo colonial
18. No Brasil, o sistema de Capitanias Hereditárias:
a) cumpriu com eficácia o seu papel, ao promover o povoamento do território.
b) transferiu para a iniciativa privada a obra da colonização.
c) apresentou uma organização político-administrativa semelhante à do Reino.
d) permitiu a consolidação da colonização, eliminando as possibilidades do contrabando.
19. Sobre a colonização portuguesa na América, a partir de 1530, é CORRETO afirmar:
a) Preocupou-se, desde o início, em promover a ocupação do território, através da fundação de vilas.
b) Promoveu, através dos capitães-donatários, a sistematização da catequese.
c) Promoveu o esvaziamento político das Câmaras Municipais desde o inicio de sua criação.
d) Teve como característica permanente a descentralização política.
20. Leia este trecho do documento:


Eu el-rei faço saber a vós [...] fidalgo de minha casa que vendo eu quanto serviço de Deus e meu é conservar e enobrecer as capitanias e povoações das terras do Brasil e dar ordem e maneira com que melhor e seguramente se possam ir povoando para exaltamento da nossa santa fé e proveito de meus reinos e senhorios e dos naturais deles ordenei ora de mandar nas ditas terras fazer uma fortaleza e povoação grande e forte em um lugar conveniente para daí se dar favor e ajuda às outras povoações e se ministrar justiça e prover nas coisas que cumprirem a meus serviços e aos negócios de minha fazenda e a bem das partes [...]

É CORRETO afirmar que, nesse trecho de documento, se faz referência
a) à criação do Governo Geral, com sede na Bahia.
b) à implantação do Vice-Reinado no Rio de Janeiro.
c) à implementação da Capitania-sede em São Vicente.
d) ao estabelecimento de Capitanias Hereditárias, no nordeste.
21. Sobre a presença holandesa na colônia brasileira (1630/1654), é INCORRETO afirmar:
a) A colonização holandesa apresentou-se, em muitos aspectos, bem diferente da colonização portuguesa.
b) A presença holandesa no Brasil provocou uma crise de abastecimento da mão-de-obra escrava para diversas regiões do Brasil.
c) Os novos colonizadores do nordeste brasileiro possibilitaram a expansão da lavoura canavieira, concedendo empréstimos aos fazendeiros locais.
d) Os colonos brasileiros receberam passivamente os novos colonizadores, pois, na visão da elite agrária, eles eram apenas novos povos europeus que chegavam para dominar a região.
22.


"Os negros são as mãos e os pés dos senhores de engenho; sem eles não parecia aos colonos possível fazer, conservar e aumentar a fazenda" - assinala Antonil.

NÃO explica a escravidão no Brasil:
a) A expansão da lavoura canavieira.
b) O sucesso da utilização de escravos pelos portugueses em ilhas do Atlântico.
c) O completo desconhecimento do índio quanto às atividades agrícolas.
d) O lucro auferido com o tráfico, adequado ao contexto mercantilista.
23. Sobre a sociedade colonial brasileira, é INCORRETO afirmar:
a) O povoamento na região açucareira era ralo e disperso, devido à própria função econômica da região.
b) A etnia passou a ser um importante diferencial social além da questão econômica.
c) A região mineradora caracterizou-se por uma maior diversificação social.
d) As classes sociais do engenho de açúcar eram apenas os senhores de engenho e sua escravaria.
24. A colonização portuguesa na América resultou na formação de uma sociedade que apresenta como característica:
a) a organização homogênea do trabalhador, o que resultou na formação de uma consciência de classe na luta contra o escravismo.
b) a existência de um grupo dominante amorfo, divergente quanto aos interesses políticos e econômicos.
c) a formação de uma sociedade heterogênea, cuja base, assimilando a cultura européia, aceitou a escravidão como um fato natural.
d) a existência de um segmento social intermediário composto de homens livres e pobres, mas dependentes do senhor de engenho, o que conferia a essa sociedade um caráter patriarcal.
25. Segundo Fernando A. Novais, "uma parte da renda real gerada pela produção da colônia era transferida pelo sistema de colonização para a metrópole e apropriada pela burguesia mercantil". Sobre o Antigo Sistema Colonial, pode-se afirmar:
a) Provocou o divórcio entre burguesia mercantil e Estado, pois este ficava com a maior parte dos lucros.
b) Resultou na completa descapitalização da colônia, que não pode investir em obras de infra-estrutura.
c) Possibilitou uma equidade entre as rendas do Estado e da burguesia mercantil.
d) Garantiu grande transferência de recursos para os Estados Europeus, o que provocou o reforço da autoridade real.